Vamos a la praia!!!

Folha de Londrina | 3 de março de 2009

"Cadê seu biquíni?'', pergunta minha primeira entrevistada do dia. Ela pergunta de maneira espontânea e faz com que as amigas virem o olhar para mim. Todas estão à vontade, sentadas em cadeiras de praia ou sobre cangas coloridas na fofa areia de Caiobá, acompanhadas por geladas latas de cerveja. A pergunta reforça ainda mais o calor que sinto por estar ao meio dia na areia da praia vestindo camiseta, calça jeans que vai até a altura do joelho e sandálias. Para garantir a entrevista respondo brincando: ''Você pode me ajudar a colocar o biquíni mais cedo. É só você conversar rapidinho comigo.''

O bafo quente na longa faixa de areia não passa. Não tem nem um vento, uma brisa que refresque pelo menos um pouco a temperatura em plena segunda-feira de Carnaval. Neste ano não viajei no feriado. Preferi o sossego (ou o vazio?) de Curitiba às praias lotadas. O fato de trabalhar durante a semana reforçou minha decisão e a proposta de passar o dia fazendo matérias no Litoral me alegrou. Mas ali, na frente do mar, com tanta gente de biquíni - por mais que todos estejam muito próximos, e aquela baderna -, bateu uma vontadezinha de ter passado o final de semana lá.

Mas era muita gente, 800 mil pessoas em todo o Litoral paranaense. ''Nem queria mesmo'', brinco com despeito. A última vez que corri atrás da Caiobanda foi há quase 10 anos e não me vejo mais fazendo isso. Coisas de velha ranzinza. Não me atrai a idéia de ficar no meio de 300 mil pessoas que pisam no meu pé a todo instante e me empurram, levando ao máximo a temperatura do ''calor humano''. Continuo caminhando na areia, na companhia do fotógrafo. O que chama mais atenção? A grande máquina fotográfica levada pelo meu colega ou o fato de estarmos com roupas que de longe são de banho? Penso que seja a segunda opção.

Entrevistas e fotos feitas, hora de voltar a Curitiba. Logo começa a chover. ''Que graça tem ir pra praia e ficar dentro de casa por causa da chuva??''. Mas que terrível é chegar em Curitiba e passar pela Visconde de Guarapuava sem nenhum outro carro na pista. Aquele silêncio, tudo vazio, sem movimento. ''Se eu tivesse ido pra praia pelo menos não estava me sentindo como a última curitibana viva na cidade...''.

Mas como todo Carnaval tem seu fim, chega a quarta-feira de cinzas, o pessoal volta com aquele bronze e muita história pra contar. Só que quinta-feira tudo volta ao normal, o trabalho continua ou recomeça para os que aproveitaram o feriadão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário