De casa e companhia novas

Zoológico de Curitiba ganhou mais moradores: chimpanzé, lontra e três cervos-nobres

Folha de Londrina | 25 de janeiro de 2009

A solidão da chimpanzé Imperatriz acabou. Depois de três anos vivendo sozinha no Zoológico Municipal de Curitiba, uma das mais antigas moradoras do local ganhou a companhia do chimpanzé Bob.

Bob veio do Zoológico de Pomerode (SC), onde teve problemas com o grupo de chimpanzés do local e não era mais aceito. Cientes da condição de Imperatriz, os técnicos do zoológico catarinense propuseram a união dos dois. De personalidade tranquila, o chimpanzé chegou em dezembro do ano passado.

‘‘Tínhamos medo de trazer (o Bob) e ele bater na Imperatriz, mas ele é tranquilo’’, lembra a bióloga Tereza Cristina Margarido, que foi visitar Bob em Pomerode, para conhecer o animal.

Até então, a equipe do zoológico estava preocupada com Imperatriz, de 42 anos. Representante de uma espécie que vive em grupos, ela apresentava sinais de depressão e apatia, decorrentes da solidão. Vinda de um circo, há mais de 20 anos, a chimpanzé não deixava de lado os hábitos humanizados para os quais foi adestrada e a dependência de contato com humanos. O companheiro anterior de Imperatriz era emprestado e teve que ser devolvido a pedido do dono.

O tempo de adaptação foi curto. Durante este período, os dois ficaram em salas de manejo separadas, apenas com contato visual e breve contato físico por meio de grades. Mas em menos de um mês os chimpanzés passaram a viver juntos. ‘‘Eles ficam soltos, dormem juntos. Agora, com o Bob, a Imperatriz ignora as pessoas’’, conta Tereza.

A aproximação dos animais pode trazer ainda resultados mais animadores que o bem-estar do casal. Mesmo com a idade avançada da chimpanzé, existe a possibilidade de reprodução, cuja duração é de nove meses. ‘‘Temos relatos de fêmeas mais velhas que reproduziram’’, afirma a bióloga.

A chegada de uma companhia para a lontra macho Kanauã - no zoo desde 2006, quando foi apreendido pelo Ibama ainda filhote - não foi tão pacífica como a dos chimpanzés. A lontra fêmea Bibi também veio de Pomerode, na metade do ano passado, mas só passou a viver com o

A demora ocorreu devido às constantes brigas entre os dois. Em uma tentativa de deixá-los soltos, Bibi mordeu Kanauã, o que demandou mais um tempo de adaptação. ‘‘Não é só porque são macho e fêmea que os animais vão se dar bem. Depende do animal, da personalidade. Cada espécie reage de uma forma diferente’’, explica.

Mas os desentendimentos são águas passadas. Agora, o jovem casal nada junto em um tanque de água natural, com grandes possibilidades de reprodução. ‘‘Eles estão ótimos’’, garante Tereza.

Filhotes
Em um local com mais de dois mil animais e 300 espécies de aves, répteis e mamíferos - considerando também o Passeio Público -, o nascimento de novos filhotes é constante. Os últimos a nascer no zoo foram três cervos-nobres.

Comum nesta época do ano, o nascimento ocorreu na semana passada. O período de reprodução tem duração de aproximadamente 90 dias, com início na primavera e encerramento no verão. Cuidados pelas próprias mães, os filhotes já passeiam com o grupo de 11 cervos adultos.

Cuidados
Os animais já se adaptaram ao novo ambiente e precisam apenas de cuidados básicos, atribuídos a todos os moradores do zoo. Porém, a responsabilidade para a garantia de bem-estar dos bichos também é atribuída aos visitantes do zoológico, que nos finais de semana chega a receber 16 mil pessoas.

A exigência é apenas o comportamento adequado, que não cause stress aos animais. ‘‘Parece que algumas pessoas não querem ver os animais, querem ser vistas. Isso não é legal para os animais’’, critica Tereza. Entre as recomendações estão não jogar alimentos e não gritar para os bichos.

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