Cidade ‘vazia’ não reduz trabalho dos bombeiros

Durante o Carnaval, natureza dos atendimentos muda de atropelamentos e acidentes para abuso de álcool e brigas

Folha de Londrina | 20 de fevereiro de 2009

Efetivo de 66 homens fará segurança da população no feriado Quando a maioria dos curitibanos deixa a Capital para aproveitar o Carnaval nas praias, os bombeiros continuam com muito trabalho. Enquanto no Litoral o número de afogamentos aumenta, os bombeiros de Curitiba já estão prontos para garantir a segurança aos foliões que ficam na cidade nos quatro dias de festa.

Apesar da diminuição do número de pessoas que permanecem na cidade, a quantidade de ocorrências se mantém estável em relação ao restante do ano. A média é de 120 a 130 atendimentos por dia. "A clientela muda no Carnaval. Mudam as características das ocorrências", explica o subcomandante do Primeiro Grupamento do Corpo de Bombeiros, major Ricardo Silva.

Cerca de 85% das ocorrências mais comuns são referentes a colisões de veículos, atropelamentos e quedas. No Carnaval, os atendimentos passam para abuso de bebidas alcoólicas, brigas, agressões e ferimentos de armas de fogo ou armas brancas. De acordo com o major, o perfil da população que permanece na cidade não é fiel aos bailes de Carnaval, mas sim, de pessoas que frequentam bares e festas. "Não é nada que vá extrapolar o efetivo do Corpo de Bombeiros, que já está preparado para atender as ocorrências", garante.

Para isso, estão disponíveis 11 ambulâncias -interligadas com as da região metropolitana- e o efetivo de 66 homens. O desfile de rua das escolas de samba também será acompanhado pela corporação, com bombeiros presentes em toda a via. Antes mesmo do início da folia, eles vistoriaram todos os espaços da cidade onde serão realizados bailes de Carnaval para a entrega dos alvarás de funcionamento. Desde o início do ano, a coorporação verificou a estrutura dos locais e o sistema preventivo a acidentes, bem como saídas de emergência.

Fiscalização
O major acredita que a legislação e a fiscalização também podem contribuir para a diminuição das ocorrências. Entre elas a lei seca, que proíbe o uso de bebidas alcóolicas aos motoristas, e a lei do desarmamento. Ambas influenciam no combate aos acidentes, agressões e ferimentos.
Além dos bombeiros, o Samu, serviço de atendimento médico de urgências, também oferece atendimento. A diferença entre os dois serviços é que os bombeiros atendem situações de urgência, como traumas e fraturas. Já o Samu é responsável por atendimentos clínicos emergenciais e conta com médicos e enfermeiros.

Trotes
Tanto no Carnaval como nas demais épocas do ano o número de trotes feitos ao Corpo de Bombeiros está diminuindo. Para o major Ricardo, o quadro é um reflexo de uma mudança cultural da população que deixa de prejudicar o andamento dos serviço públicos. O aparato técnico também inibe os responsáveis pelas brincadeiras, em que uma rede informatizada permite a identificação das ligações e conferência dos dados apresentados. "São mecanismos para evitar o desperdício dos recursos públicos em situações que não são emergências", afirma.

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