Linfoma é desconhecido da população

Folha de Londrina | 19 de novembro de 2008

Quase 80% dos curitibanos e 66% dos brasileiros não conhecem o quinto tipo mais frequente de câncer no mundo, o linfoma. Trata-se de uma doença com alta chance de cura, que engloba diversos tipos de complicações e se desenvolve em estruturas do sistema linfático, responsável pela defesa de nosso organismo, no combate a infecções.

O principal problema em relação a essa doença é que seus sintomas mais comuns (inchaço no pescoço, na virilha e nas axilas, suor noturno, coceira, tosse e febre) são facilmente confundidos com outras mazelas e não há forma alguma de prevenção. Os especialistas ainda não identificaram quais são as suas causas.

O linfoma pode se desenvolver em pessoas de diferentes idades, de ambos os sexos, independente dos hábitos alimentares e da prática de exercícios. Em alguns casos, afeta a medula óssea. "O linfoma engloba 35 tipos de câncer, que variam nas formas de evolução, na agressividade no organismo, no estado geral do paciente", explica o médico oncologista Evanius Wiermann, do Centro de Oncologia do Paraná.

A falta de conhecimento sobre a existência do linfoma e as formas de cura prejudicam a identificação e tratamento adequados, que possibilitam uma alta chance de recuperação. "Se descoberto logo, quanto antes melhor, mais eficiente o tratamento", garante a representante da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) em Curitiba, Crhislaine Souza. O tratamento do linfoma é semelhante ao da leucemia e é composto por medicamentos injetáveis, quimio e radioterapia.

As pesquisas sobre o linfoma também são escassas e, por isso, o Brasil não disponibiliza um levantamento oficial sobre a doença. Estima-se que, em todo o mundo, 1,5 milhão de pessoas tenham a doença e, a cada ano, são detectados mais de 360 mil novos casos. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que, em 2004, foram registradas 3.194 mortes de brasileiros em decorrência do linfoma. No mundo, a média é de 186 mil pessoas que morrem anualmente.

Mobilização alerta sobre a doença
Para reduzir o nível de desconhecimento sobre o linfoma e mostrar à população sobre os sintomas da doença, a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH) realizam em Curitiba a campanha "Existe um câncer que você não conhece". Até o dia 28 de novembro, serão entregues materiais informativos sobre a doença, os sintomas e as formas de tratamento do linfoma.

O ponto de mobilização na cidade é a Rodoferroviária de Curitiba. Foi lá que o técnico em alarmes, Anderson Cleiton Pereira, 22 anos, soube mais sobre a doença que conhecia apenas "por cima". "(O material) explica bem, mas acho que poderia ser divulgado na Rua XV (de Novembro), que tem mais gente", sugere.

A Abrale também presta orientações e sana as dúvidas das pessoas que já estão em tratamento. A representante da instituição em Curitiba, Crhislaine Souza, encontra semanalmente os pacientes do linfoma nos hospitais da Capital e esclarece todas as dúvidas sobre a doença. "Se elas entenderem o problema e seguirem o tratamento, a cura é mais rápida", conta.

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