Biólogos monitoram papagaio-da-cara-roxa

Folha de Londrina | 17 de janeiro de 2009

Espécie que habita apenas uma região em todo o mundo, o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), também conhecido como Chauá, conta com a população estimada de 6,7 mil indivíduos na Mata Atlântica dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A maioria deles, cerca de cinco mil animais (70%), vive no Litoral norte paranaense, principalmente em Guaraqueçaba.

A presença dos animais na região significa que a área está bem conservada, pois oferece aos papagaios condições favoráveis de alimentação, dormitórios e reprodução. Mesmo assim, a espécie silvestre está em extinção - é citado na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, organizada pela União Mundial para Conservação da Natureza (IUCN) -, e exige cuidados.

A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) acompanha a reprodução e o desenvolvimento dos papagaios por meio do ''Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa''. As atividades são realizadas durante o período de reprodução da espécie, entre outubro e março, em que uma equipe de biólogos e estudantes voluntários verifica permanentemente as condições de aproximadamente 130 ninhos.

''Vemos os ninhos, o processo, se estão nascendo, como está a população'', explica a bióloga responsável pelo projeto, Elenise Sipinski. O projeto também disponibiliza ninhos artificiais de madeira e PVC para acomodação dos pássaros e substituição dos naturais, danificados pela queda de árvores.

Entre os fatores que ameaçam a vida dos papagaios-de-cara-roxa na região, a extração de árvores é o principal, pois destroi os ninhos naturais. O roubo para o tráfico também agrava a situação, mas Elenise afirma que os casos diminuíram devido ao trabalho desenvolvido com a comunidade e o monitoramento permanente.

A organização também sofre com a falta de recursos para o desenvolvimento do projeto. Interessados em fazer doações podem entrar em contato pelo site www.spvs.org.br ou pelo fone (41) 3339-4638.

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