Padeiros põem a mão na massa no centro de CuritibaNo

Dia Mundial do Pão, Sindicato da Panificação e empresas da área trocam sacolas plásticas pelo alimento

Folha de Londrina | 17 de outubro de 2008

Nas comemorações ao Dia Mundial do Pão realizadas, ontem, em Curitiba, uma padaria foi montada na Praça Rui Barbosa, no centro da cidade. O objetivo foi mostrar como é produzido o alimento, ajudar a organização Pequeno Cotolengo e contribuir com o meio ambiente. Cada brasileiro consome, em média, 33 quilos de pão, por ano.

Durante todo o dia de ontem a população entregou sacolas plásticas e garrafas PET em troca de pães. Os materiais recolhidos serão doados ao Pequeno Cotolengo e reutilizados ou revertidos em venda pela organização. Ao todo, 20 mil pães foram distribuídos. Destes, 17 mil doados por 15 panificadoras da Capital e 3 mil produzidos na praça. A mobilização foi uma iniciativa do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Paraná (Sipcep), em parceria com as empresas Moinhos Anaconda, Lider Equipamentos para Panificação e as padarias que realizaram a doação.

A dona de casa Albina Selucio, 65 anos, aproveitou a ida à igreja e passou na praça para trocar por pães as sacolas plásticas que juntou em casa. Ela, que já chegou com a sua bolsa ecológica, conta que soube da atividade pela televisão e acha importante essa iniciativa. "Temos que contribuir com a natureza, por isso trouxe a minha sacola ecológica", diz. Fazendo a entrega dos pães, a professora do Pequeno Cotolengo, Marlene Mesquita, 45 anos, e duas alunas da instituição, estavam animadas. "É um trabalho muito bom, que está ajudando o Cotolengo, recolhendo e reaproveitando os materiais sem agredir a natureza", diz. Junto com elas, 20 pessoas participaram da atividade.

Responsabilidade social
Para o presidente do Sipcep, Joaquim Cancela Gonçalves, a relação das panificadoras com a comunidade possibilita um importante trabalho de responsabilidade social. "Somos muito inseridos na sociedade, os clientes falam em ‘minha padaria’ e se tornam os donos do nosso negócio", afirma.

Em relação ao meio ambiente, a proposta é -por meio do projeto Sacola Ecológica Permanente- inibir o uso de sacolas plásticas e estimular a população a utilizar as sacolas retornáveis, prática que, de acordo com Gonçalves, começou nas panificadoras. Para divulgar esse trabalho, foi entregue, ainda, a revistinha do personagem Sesinho, que aborda a importância de evitar o consumo das sacolas plásticas.

Este é o sexto ano em que o sindicato comemora o Dia do Pão junto com a comunidade. Já foram realizadas trocas de pães por armas de brinquedos, livros e um concurso com imagens de pães. Pelo segundo ano consecutivo, o sindicato escolheu o meio ambiente como tema da comemoração. "Queremos fazer uma conscientização para o futuro, o que pode acontecer com o planeta", afirma Gonçalves. No Paraná, existem 3,2 mil panificadoras e 1,2 mil estão na Capital. Em todo o Brasil, são 52 mil estabelecimentos.

SERVIÇO
- Até o dia 13 de novembro, o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria no Estado do Paraná (Sipcep) realiza um concurso no seu site. Serão sorteadas 10 sacolas ecológicas para as pessoas que participarem de uma votação sobre o uso das bolsas. O site do sindicato é http://www.sipcep.org.br/.

Aproximação com público agrada profissionais
Dentro da tenda onde foram produzidos os pães, os padeiros Eldon Strey, 54 anos, e Nerivan Ricardo Santos Barros, 28, mostravam o seu trabalho para a comunidade. Strey que, pela quinta vez, participa da comemoração ao Dia do Pão e o colega, estreante no evento, estavam orgulhosos de suas atividades. "Faço questão de estar aqui todo ano, para mim é mais uma confraternização, é um prazer ter contato com o público", afirmou Strey.

Para os dois, a produção de pães é uma paixão. "Está no sangue. Quando se começa a fazer pão, não tem como largar. Vai trabalhando e não pára mais", diz Barros, padeiro há 14 anos. Profissional da área de panificação há 33 anos, Strey acredita que sua profissão é "um dom de Deus". "Fazer pão é muito prazeroso, a cada dia é uma nova descoberta, uma nova receita. E quando apresenta o produto para o cliente e ele abre um sorriso é gratificante", conta.

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