Condomínio no RS terá casas de compósitos

Método construtivo utiliza resina polimérica reforçada com fibra de vidro, materiais usados na estrutura de aviões e carros da Fórmula 1

Gazeta do Povo | 12 de maio de 2010

Com 663 casas térreas de dois quartos, sala, cozinha e banheiro, o Condomínio Villa Margarida, em São Leopoldo (RS), não é um conjunto residencial comum. O em­­preendimento, que começa a ser construído em junho deste ano, será um dos primeiros condomínios residenciais do programa do governo fedederal Minha Casa, Mi­­nha Vida de casas feitas de compósito. No lugar do concreto, alvenaria ou madeira, a estrutura é com­­­­posta por resina polimérica reforçada com fibra de vidro, mesmo material utilizado em embar­ca­ções, aviões e carros da Fórmula 1. “As casas de compósito possuem alto desempenho na resistência ao fogo, bem como conforto térmico e acústico”, afirma Gilmar Lima, diretor-geral da MVC, empresa que desenvolveu o produto. Com esse material, segundo a empresa, a limpeza das residências fica mais fácil, a manutenção é baixa e não há ocorrência de problemas com infiltração, mofo ou cupins.

O processo de construção é bem mais rápido e descarta menos resíduos no meio ambiente. Uma casa pode ser montada em três dias e finalizada em dez. Os painéis que compõem as casas chegam prontos às construções, com abertura para janelas e portas, estrutura elétrica e hidráulica já embutida, e são apenas encaixados na base metálica. “O canteiro de obras vira uma linha industrial, por isso não temos perda alguma. É uma obra limpa. As paredes não são pe­­sadas e não precisam de grandes equipamentos para montá-las, quatro pessoas conseguem”, explica Lima.

O processo de fabricação das pe­­ças de compósito também não causa grandes impactos ao meio am­­biente – o consumo de energia é baixo e o plástico utilizado é reciclável, segundo a empresa. Para o próximo ano a empresa pretende criar um programa de reciclagem do próprio compósito. “Queremos que toda a cadeia seja sustentável e estamos fazendo estudos para que a casa em si também seja, com aproveitamento de água da chuva e captação de energia solar”, prevê.

Condomínio
Na primeira fase do Condomínio Villa Margarida serão 663 casas com 37 metros quadrados direcionadas a famílias com renda de até três salários mínimos. A obra terá duração de seis meses. A segunda fase começa em 2011 e terá mais 253 casas, com 42 metros quadrados, a famílias com três a seis salários mínimos.

O custo de construção de cada ca­­­sa será de aproximadamente R$ 25 mil e o preço para venda será de R$ 45 mil, que inclui toda a es­­trutu­ra oferecida pelo empreendimento, como pavimentação, instalação elé­­trica, saneamento básico e áreas de lazer, informa a Fará Ge­­ren­ciamento de Negócios, incorporadora do empreendimento.

Outros projetos
Além do condomínio em São Leopoldo, foram criadas casas de compósito em Caxias do Sul (RS), no Pará e em São Paulo. Ao todo, a MVC tem no Brasil 60 mil metros quadrados de área contruída. No exterior, são 140 mil metros quadrados de área construída, em que o compósito é a estrutura de casas, escolas, sede de bancos, pousadas em Angola, Moçambique, Vene­­zuela, Uruguai e no Caribe.

Para este ano, a MVC tem projetos para a construção de casas de compósitos no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A empresa planeja comercializar os kits das casas prontos para construtoras locais, que ficariam responsáveis por executar as obras.

Para Paulo Dornelles, diretor da Fará Gerenciamento de Negócios, incorporadora do empreendimento Villa Margarida, as casas de compósito são uma ótima opção para o mercado e a Fará seguirá neste negócio. “Temos a projeção de comercializar duas mil casas de compósito/ano. Posso dizer que, entre as novas tecnologias, essa é uma das melhores, porque além de todos os benefícios tem porte para ser produzida em grande escala.”


http://www.gazetadopovo.com.br/imobiliario/conteudo.phtml?tl=1&id=1001910&tit=Condominio-no-RS-tera-casas-de-compositos

Nenhum comentário:

Postar um comentário